Por Amanda Borba.
Olá abastados e abestados leitores!
Um ano depois volto a publicar neste blog. Meu cantinho de
ideias.
Estamos em período de eleições, primeiro turno já passou,
Picolé de Chuchu reeleito em Sampa, temos o Congresso mais conservador desde
1964 e agora estamos há duas semanas de escolher o presidente da República
Federativa do Brasil.
E aí? Aécio Neves ou Dilma Rousseff? Eu não tenho dúvidas,
meu voto vai pra candidata petista.
Não costumo declarar abertamente meu voto, pois o
antipetismo na cidade e no estado onde moro é muito forte. Me sinto na cena do
apedrejamento do filme "A vida de Brian" do grupo humorístico inglês
Monty Phyton. Troque "Jeová" por "Dilma". É a mesma
sensação.
Ele disse Jeová!!
Meu voto de
coração foi na candidata Luciana Genro do PSOL. Como Luciana não foi adiante,
Dilma ganhou meu voto no segundo turno. Daqui pra frente a tendência é que eu
deixe bem claro minha opção de voto, para que as pessoas pensem: "nossa,
ela é tão legal, MAS vota na Dilma". hahahahaha. E pra falar a verdade, eu
quero este incomodo.
Em primeiro lugar quero dizer que não sou adepta do voto
nulo. Alguns apoiam o voto nulo, pois não acreditam na política, nos políticos
e todos são corruptos. Outros apoiam o voto nulo, pois suas bandeiras de
direitos humanos e das minorias não serão levados a sério pelos dois candidatos
à presidência. Compreendo, mas acho isso coisa de gente inocente, birrenta e que não
entende o que é a política. Pra mim, voto nulo é omissão. Quer dizer o
seguinte: estou eximindo-me de culpa. Qualquer um que for escolhido será uma
droga. O fato, queridinhos, é que alguém terá que ser eleito, alguém terá que
governar. Não adianta votar em rinoceronte de zoológico como aconteceu em 1959
em São Paulo ou em macaco Tião como aconteceu nos anos 80 no Rio de Janeiro.
"Mas voto nulo é voto de protesto, Amanda!". Voto de protesto é uma
ova! Isso aí não leva a lugar nenhum, simples assim.
Voltando a minha opção de voto para o segundo turno, não me escandalizo com a corrupção no governo da Dilma, nem do PSDB e
outros. Não sou do tipo que se sente a politizada por falar de corrupção. Claro que como todas ou como a maioria das pessoas sou contra a corrupção
e obviamente acredito que tudo deve ser investigado, esclarecido e punido ser
for o caso. Mas é fácil ser honesto sem ter acesso a nada, é muito fácil falar
de corrupção dos outros. Basta olhar para o que acontece ao seu redor. Gente que tem empregada e explora a coitada registrando pelo mínimo na carteira para não pagar muito de INSS, gente
que frauda o imposto de renda, baixa filmes e musicas sem pagar, gente que compra um
aparelhinho para liberar os trilhões de canais pagos da net, gente que pega folhas e
canetas no trabalho, gente que falsifica carteirinha
de estudante para conseguir descontos no cinema e por aí vai. Eu, sinceramente,
não boto a mão no fogo por ninguém e nem por mim, principalmente enquanto eu não for testada numa situação de desafio corrupcional.
As pessoas esquecem que todos nós somos políticos. Conheço
muita gente honesta que em algum momento quer levar vantagem no dia a dia. Gente que para conseguir crescer numa empresa e
que precisa tratar bem as pessoas que odeia e evitar levar um bote da cobra
quando vira as costas. Política, para mim, é conchavo e aliança com o inimigo,
por isso eu não daria conta dessa vida, não tenho a menor vocação para tratar
bem e puxar o saco de quem detesto. E para ser político (ou crescer numa
empresa, por exemplo), precisa ter este talento.
A grande diferença é que não me senti abandonada no altar,
traída pelos "ex-companheiros" pelo simples fato de que eu já
esperava isso deles. Eu sempre esperei este tipo de coisa, porque é assim.
Conheço muita gente engajada, algumas lúcidas, outros doidos de pedra. E não
acredito na capacidade de ninguém em promover a "revolução
socialista". Imagina, agora, nas Olimpíadas!
E tem mais, não sou egoísta o bastante para achar que o PT
iria governar somente para mim. Não sou autocentrada o suficiente para achar
que tudo isso era para mim, toda essa mudança, toda essa retirada de fome.
Graças a Deus me formei com a ajuda do meu pai, com o PROUNI do governo
federal, estou aqui de boa, ganho meu dinheirinho, não passo fome, não passo
vontade, tenho um teto acolhedor para viver. Mas infelizmente muita gente não
possui nada disso.
Não voto no PSDB por seu
projeto de sociedade. É um partido em que todos os seus governos mostram
claramente que estão alinhados com o neoliberalismo, que nada mais é do que
Estado mínimo, livre economia de mercado, enxugamento da máquina pública e
cortes de gastos com programas sociais. Este tipo de projeto de sociedade manda
um dane-se a desigualdade social. Estão pouco se lixando. O tal crescimento
econômico é baseado no arrocho salarial e no desemprego em massa, aumentando a
pobreza. Daí cria-se milhões de pessoas aflitas que aceitam qualquer tipo de
trabalho com baixíssimos salários. Quem viveu a década de 1990 sabe do que
estou falando.
Dilma e PT estão longe de representar o que considero como
melhor à sociedade. Na verdade, o governo Dilma me decepcionou muito e mostrou-se bastante conivente com as alas mais conservadoras do Congresso. Entretanto, existe uma diferença básica entre Dilma (PT) e
Aécio (PSDB): Dilma, de alguma maneira, representa a tentativa da possibilidade de um mundo mais
igualitário, do qual a pobreza, a miséria e a fome sejam vistos como algo
indecente, detestável e que devem ser combatidos. Sair do mapa da fome mundial
foi o maior feito do governo petista. Posso estar sendo ingênua, mas os avanços sociais do governo Lula me agradam muito, embora saiba que precisamos progredir de verdade. Tudo ainda é muito lento.
E mesmo que ela seja reeleita isso não significa que não
farei críticas e oposições as decisões de seu governo. E tenho certeza que farei isso, pois Dilma está longe de ser uma boa administradora, já vimos o primeiro mandato como foi. Na verdade, terei ainda
mais autoridade para isso, pois ela será minha representante. No caso de Aécio
Neves eleito falarei com o maior prazer do mundo aos seus eleitores: "Eu
avisei! Vota no Aécio mesmo!". Pois é, eu não sou legal, vou jogar na cara sim, pois o contrário vai acontecer também! hahahaha
Enfim galerinha do mal, esta é minha opinião. E como diz aquela música do Zé Ketti "podem me prender, podem me bater, podem até deixar-me
sem comer, que eu não mudo de opinião". E depois de tantas vezes ter me
desgastado debatendo com pessoas de opiniões divergentes, eu simplesmente
entendi, numa epifania, que cada um vota em quem quiser e NADA, absolutamente
NADA, que alguém disser vai mudar a opinião de outro alguém. Sem contar que é perda de tempo defender duas pessoas que não merecem, né (se bem que não conheço nenhum eleitor do Aécio que o defenda, para esse pessoal é mais fácil criticar a adversária). Por isso não vou
tentar o sermão e nem vou pregar por aí, pois não existe a possibilidade de converter algum voto a
favor da minha candidata (com exceção do dia da eleição que sempre aparece
algum indeciso querendo ajuda). As opções são essas e a melhor coisa é manter os amigos.
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