sexta-feira, 25 de setembro de 2015

A incrível utilidade de Leandro Narloch

REPRODUÇÃO DA INTERNET


No ano passado, conheci um rapaz chamado Pedro* através do facebook de uma amiga. Ele me adicionou e começamos a conversar. Pedro era muito bonito, psicanalista, músico, intelectual, sexy e esquerdista. Resumindo, fiquei bastante interessada. Nos conhecemos e percebi algumas coisas que foram me desagradando.

Pedro tinha um ar meio blasé, típico de muitos intelectuais, me chamava de "Clara Nunes", dizia ser filho de Xangô, gostava de compor samba e queria que eu usasse o meu cabelo encaracolado, pois para ele eu ficaria mais bonita e natural (o cabelo é meu e uso como eu quero, né). Além dessa chatice toda, ele tinha um problema grave. Não gostava de futebol e quando falava sobre o assunto era realmente insuportável. Detalhe: o conheci um pouco antes da Copa do Mundo no Brasil e nesta época lotei meu facebook com status e textos sobre futebol.

Depois desse encontro tentei manter distância. Mas ele era insistente. Mandava mensagens pelo WhatsApp, pelo facebook, queria conversar comigo e me encontrar. E com tanta insistência, eu acabei cedendo. Nos encontramos no Shopping Metro Santa Cruz, na livraria Saraiva. Conversamos por um bom tempo, mas eu não me sentia a vontade de estar ali com ele. Aí comecei minha "tática do desencanto". Comecei a falar de futebol e peguei o livro "Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo" do jornalista Leandro Narloch. Eu sabia que muitos historiadores e intelectuais odiavam este livro. Por isso fiz o seguinte comentário: 

- Nossa, Pedro, eu li este livro no mês passado. É muito bom! Espetacular! Abriu minha mente de verdade. Você precisa ler isso.

Depois deste dia, Pedro nunca mais me mandou mensagens e me excluiu do facebook. 

Agora falando sério, diferente do livro de Leandro Narloch, que, na verdade, nunca li e nem tenho interesse em ler, os Bítous sempre aproximaram as pessoas de mim. E existe uma música dos Bítous que fala muito bem desses desencontros de interesses que sempre acabam afastando as pessoas. Apreciem.


Hello Goodbye




*Nome fictício




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